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Thiago Rocioli
Da Redação
Foto: Reprodução
A relação entre alimentação e saúde mental tem ganhado cada vez mais destaque. Pesquisas mostram que hábitos alimentares influenciam diretamente o funcionamento cerebral e o equilíbrio hormonal, impactando estados emocionais como ansiedade e depressão.
De acordo com a nutricionista Juliana Saldanha, membro da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), fatores genéticos e ambientais contribuem para o surgimento de transtornos psiquiátricos, tornando essencial um estilo de vida equilibrado. “A alimentação exerce um papel fundamental tanto na prevenção quanto no tratamento desses problemas”, explica.
A crescente preocupação com essa conexão levou à criação da ISNPR (International Society for Nutritional Psychiatry Research), em 2013, focada em pesquisas sobre psiquiatria nutricional.
A nutricionista clínica Jéssica Kozaka destaca que nutrientes como triptofano, essencial para a produção de serotonina, e ômega-3, com ação anti-inflamatória, ajudam a estabilizar o humor e a energia. Além disso, a saúde intestinal, fortalecida pelo consumo de fibras e probióticos, também influencia as emoções.
Por outro lado, alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras trans e aditivos, podem prejudicar a função cerebral, contribuindo para cansaço, falta de energia e agravamento de sintomas de ansiedade e depressão. O psiquiatra Fabio Salzano, do Programa de Transtornos Alimentares do IPq-HCFM-USP, alerta que o aumento do sedentarismo e do consumo desses produtos tem elevado os índices de obesidade e transtornos psiquiátricos.
Certos alimentos devem ser evitados, principalmente em períodos de crises emocionais. Bebidas com cafeína, como café, chá preto e energéticos, podem intensificar sintomas de ansiedade. O álcool, além de piorar o estado depressivo, interfere na ação de medicamentos psiquiátricos. Segundo Saldanha, antidepressivos como fluoxetina e sertralina não devem ser consumidos com alimentos fermentados, como vinho, queijos e cervejas de fermentação longa, pois podem prejudicar a eficácia do tratamento.
Especialistas recomendam uma alimentação rica em alimentos naturais e integrais, como frutas, vegetais, nozes, sementes, ovos e grãos integrais. A dieta mediterrânea, que inclui azeite de oliva, peixes e frutos do mar, também é uma aliada na manutenção da saúde mental, podendo até ajudar na prevenção de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer.
O equilíbrio alimentar, aliado a hábitos saudáveis como a prática de atividade física e a hidratação adequada, pode ser um grande aliado na promoção do bem-estar emocional e da qualidade de vida.