Thiago Rocioli
Da Redação 
Foto: Divulgação/Abicalçados

O setor calçadista brasileiro iniciou 2025 com sinais mistos no comércio exterior. Segundo a Abicalçados, em janeiro foram exportados 11,46 milhões de pares, um crescimento de 11,4% em volume, mas com queda de 2,7% na receita, que totalizou US$ 88,3 milhões. O cenário foi influenciado pela valorização do dólar e pelo aumento da exportação de chinelos, produto de menor valor agregado.

Apesar do alto número de pares enviados ao exterior, a demanda global segue assustadora, impactada por incertezas econômicas e pela possível guerra comercial entre Estados Unidos e China. O presidente da Abicalçados, Haroldo Ferreira, ressalta que as tarifas impostas pelos EUA aos calçados chineses podem beneficiar o Brasil no mercado norte-americano, mas, por outro lado, os produtos chineses podem pressionar mercados tradicionais do calçado brasileiro, como a América Latina.

Os Estados Unidos continuam como o principal destino do calçado brasileiro, com 1,13 milhão de pares exportados e receita de US$ 19 milhões. Em seguida, vieram Argentina e França, com destaque para o aumento expressivo das exportações ao mercado francês.

Entre os estados exportadores, o Rio Grande do Sul liderou, mas registrou queda tanto em volume (-12,1%) quanto em receita (-17,5%). Já o Ceará apresentou forte crescimento, com aumento de 34,8% no número de pares exportados e de 30,3% na receita.

Por outro lado, as importações continuam em alta. O Brasil importou 3,32 milhões de pares em janeiro, um crescimento de 18,1% em volume e 29% em receita. Os principais fornecedores foram Vietnã, Indonésia e China, com destaque para o aumento expressivo de produtos vindos da Indonésia.

O cenário para 2025 ainda é incerto, exigindo atenção do setor diante das oscilações no mercado global e das movimentações comerciais entre grandes potências.