Thiago Rocioli
Da Redação
Foto: Divulgação

A APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Franca celebrou, na última sexta-feira (21), o Dia Internacional da Síndrome de Down com um desfile especial e uma exposição fotográfica. Atualmente, a instituição atende 161 alunos com síndrome e promove ações voltadas à inclusão e desenvolvimento dos atendidos.

O desfile, realizado na quadra esportiva da APAE, contou com a participação de 37 modelos com Síndrome de Down, que atravessaram a passarela decorada com tapete vermelho e painéis alusivos à data. Frases promessa como “A vida não se mede em cromossomos, e sim em como somos” e a campanha “Lots of Socks”, que incentiva o uso de meias desparelhadas para simbolizar a valorização das diferenças, marcaram o evento.

Durante o desfile, cada modelo foi apresentado pelo narrador Marcos Silva, que destacou suas histórias, hobbies e sonhos. Entre os desejos compartilhados estavam andar de avião, ter uma caminhonete e seguir carreira como modelo. A jovem Laís Burcci, que se preparou com entusiasmo para o evento, celebrou a experiência: “Era meu sonho desfilar, foi incrível. Quero ser modelo.”

A emoção tomou conta do público ao longo do evento, especialmente com o depoimento de Gabriel Lourenço, de 26 anos: “Me senti bonito! A coordenadora do Centro Dia Intergeracional, Fernanda Moura Conrado, ressaltou a importância da iniciativa. “Foi um dia especial, organizado para que os atendidos se sentissem pertencentes e felizes. Muitos nunca tiveram a oportunidade de desfilar, e hoje isso aconteceu.”

No período da tarde, uma exposição fotográfica foi aberta ao público, reunindo imagens dos atendidos em momentos de alegria e descontração. A assistente social Cleonice Barbosa, responsável pela curadoria da mostra, destacou a importância da iniciativa. “É uma forma de valorizar as histórias e conquistas de cada um. A exposição ficará aberta até a próxima semana e emociona quem passa por aqui.”

O que é a Síndrome de Down?

A Síndrome de Down é uma condição genética causada pela trissomia do cromossomo 21, ou seja, a presença de um terceiro cromossomo nesse par. Essa alteração ocorre ainda na divisão celular do embrião e afeta o desenvolvimento cognitivo e físico da pessoa, embora a intensidade dos impactos varie entre os indivíduos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 700 nascimentos, um bebê nasce com Síndrome de Down. No Brasil, estima-se que existam cerca de 300 mil pessoas com essa condição. Graças aos avanços na medicina e na inclusão social, a expectativa de vida das pessoas com Síndrome de Down aumentou significativamente nas últimas décadas, chegando a cerca de 60 anos.

A inclusão é um dos pilares fundamentais para garantir qualidade de vida e oportunidades para essas pessoas. Pesquisas apontam que o estímulo precoce por meio de terapias ocupacionais, atividades físicas e educação inclusiva tem um impacto positivo no desenvolvimento cognitivo e social dos indivíduos com a síndrome.

Eventos como os promovidos pela APAE de França reforçam a importância de combater preconceitos e destacar as potencialidades das pessoas com Síndrome de Down. O Dia Internacional da Síndrome de Down, realizado em 21 de março, é um lembrete da necessidade de promover uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para todos.