Thiago Rocioli
Da Redação
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Com um violão, Frei Gilson reuniu mais de 1 milhão e 200 pessoas às 4h da manhã em uma live, para entoar músicas de adoração e louvor à Deus, além de meditar, durante a madrugada, os mistérios do terço. O feito se repetiu por mais de uma vez ao longo da semana passada.

Gilson da Silva Pupo Azevedo, o frei Gilson, já alcança um total de 7 milhões de seguidores no Instagram. Famosos já participaram das transmissões ao vivo conduzidas pelo sacerdote. Entre eles estão o humorista Rogério Vilela e o cantor sertanejo Zé Neto, da dupla com Cristiano.

Gilson entrou para a vida religiosa aos 18 anos, como Carmelita Mensageiro do Espírito Santo. Natural de São Paulo (SP), Frei Gilson hoje tem 38 anos. Além de padre, ele também é músico, e lidera o grupo “Som do Monte” que, segundo site oficial, tem como missão “levar as pessoas a terem uma experiência profunda de oração através das músicas.”

A dificuldade para acordar cedo no convento foi um dos motivos que levou frei Gilson a fixar o horário na madrugada. Ele pensou na possibilidade de transmitir a oração em suas redes sociais para que, “se alguém estivesse com insônia ou pensando coisas ruins, teria aquele amparo e poderia rezar junto” com ele. Entre seus sucessos destacam-se “Eu Te Levantarei”, “Tu És o Centro” e “Acalma a minha Tempestade”.

As músicas produzidas por padres cantores abrangem uma variedade de estilos musicais, desde o canto litúrgico tradicional até estilos contemporâneos. Muitas canções são inspiradas em passagens bíblicas e ensinamentos da Igreja Católica, enquanto outras refletem reflexões sobre a vida.

Outros padres

Padres cantores têm se destacado como figuras importantes na evangelização através da música, utilizando suas vozes e talento para transmitir mensagens de fé e esperança. Além de Frei Gilson, diversos outros sacerdotes utilizam a música para evangelizarem. Entre eles estão os padres Fábio de Melo – que acumula a alcunha de ser o religioso com o maior número de seguidores no Brasil, Reginaldo Manzotti, Alessandro Campos, Jonas Abib, Adriano Zandoná, Antônio Maria e Marcelo Rossi. Este, a propósito, já vendeu mais de 11 milhões de discos desde setembro de 1998, quando naquela ocasião lançou o álbum “Músicas Para Louvar ao Senhor”, o primeiro trabalho de uma série de 24 até o momento.

Um dos precursores deste movimento foi, sem dúvidas, padre Zezinho. Ele começou a compor suas canções em 1964, hoje coleciona mais de 3 mil músicas, entre elas a icônica “Oração Pela Família”. Vale destacar que nem todas canções são cantadas por ele: há outros grupos como: Cantores de Deus, grupo Cascata e Ao Povo.

Música Gospel surgiu do Jazz

No Brasil, segundo o Censo 2022, dos 203,1 milhões de pessoas no país, 166 milhões de brasileiros se declaram cristãos. São cerca de 85% da população. Mas o que nem todos sabem é como este tipo de música surgiu?

Popular em todo o mundo, independentemente de etnia ou classe social, a música cristã que também é chamada de Louvor ou Gospel – aglutinação da expressão God Spell, que significa Palavra de Deus – surgiu na Igreja afro-americana, no início do século XX, e seu ritmo original era o jazz., com a presença de vozes em coral e solistas. Acompanhado de órgão, piano, baixo e até bateria, o estilo foi o responsável por formar pequenos conjuntos musicais.

Tudo começou com o músico Thomas A. Dorsey, um pianista de blues, que começou a escrever músicas com conteúdo religioso, incentivado por Chales A. Tindley. Porém, suas composições não foram bem recebidas pela proposta ousada para à época. Seu talento só foi evidenciado após seu falecimento.

Desde aquela época até hoje, muitas foram as transformações da música cristã. Atualmente, ela está presente em diversos ritmos: do sertanejo ao forró; do axé ao rock, passando inclusive pelo eletrônico. Aqui na Musixe, 67% dos nossos alunos têm alguma religião, sendo que 30% deles estão estudando algum dos nossos cursos para tocarem ou cantarem na Igreja.