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O Governo do Estado de São Paulo lançou o projeto “Rotas do Café de São Paulo”, que reúne 57 atrativos turísticos ligados ao grão em 31 municípios. A cerimônia aconteceu no Palácio dos Bandeirantes, com destaque para a Rota Mogiana Paulista — composta pelas cidades de Franca, Pedregulho, Patrocínio Paulista e Cristais Paulista — que passa a integrar oficialmente o mapa turístico do café no estado.
Um dos pontos centrais da solenidade foi o reconhecimento à empresária e cafeicultora Flávia Lancha, fundadora da Fazenda Bom Jesus (Café Labareda), por seu protagonismo na construção do projeto. Conhecida pela qualidade internacional de seus grãos, Flávia foi mencionada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Jorge Lima, como a articuladora da ideia. “Tudo começou com um convite da Flávia para conhecer sua fazenda. A partir dali, ela nos trouxe a proposta de transformar Franca em referência no turismo do café”, afirmou.
Segundo Flávia, foram quase dois anos de articulações com produtores, lideranças locais e autoridades até a formalização da rota. “É um orgulho ver a nossa região reconhecida como destino oficial. Isso representa desenvolvimento, emprego e visibilidade para quem trabalha com seriedade no campo”, destacou. A Rota Mogiana não é um roteiro fixo, mas um guia vivo, construído a partir de um mapeamento feito com produtores que possuíam estrutura e interesse em receber visitantes.
Durante o lançamento, os cafés Labareda, Coronel e Moscardini foram apresentados para degustação, reforçando o alto padrão da produção regional. A cerimônia contou ainda com a presença de prefeitos da região, como Alexandre Ferreira (Franca), Aninha Montanher (Ribeirão Corrente) e Elson Gomes (Cristais Paulista), que destacaram o impacto econômico e social do projeto.
O governador Tarcísio de Freitas também participou do evento e reforçou a importância da iniciativa. “A Rota do Café é mais do que um roteiro turístico. É uma forma de valorizar nossa história, gerar oportunidades e mostrar ao mundo o potencial do interior paulista”, declarou.
Potência cafeeira de São Paulo
A cadeia do café tem forte presença na economia paulista. Em 2023, gerou R$ 7,2 bilhões, consolidando São Paulo como o terceiro maior produtor de café arábica do Brasil e oitavo no mundo. Em 2024, o grão já movimentou R$ 5 bilhões no estado. São cerca de 25 milhões de xícaras consumidas por dia apenas na capital e mais de 12 mil profissionais atuando diretamente no cultivo, segundo dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta) e do Caged.
O estado também lidera na torrefação: abriga cerca de 40% das indústrias brasileiras do setor e possui mais de 300 novas cafeterias abertas desde 2022. Com a nova rota, a expectativa é impulsionar ainda mais o turismo rural, a gastronomia e o comércio de produtos ligados à cadeia cafeeira.
Cinco rotas pelo estado
Além da Rota Mogiana, outras quatro rotas do projeto foram oficialmente lançadas:
Rota Cuesta, Itaqueri e Tietê Paulista (Brotas, Dois Córregos, Dourado)
Rota Circuito das Águas Paulista (Serra Negra, Monte Alegre do Sul, Amparo, Campinas)
Rota Mantiqueira Vulcânica Paulista (Caconde, Espírito Santo do Pinhal, Águas da Prata)
Rota Alta Paulista (Marília, Garça)
As rotas integram fazendas históricas, centros de pesquisa, museus e cafeterias premiadas, com apoio da InvestSP, do Museu do Café (Santos) e do programa SP Produz, que fomenta Cadeias Produtivas Locais (CPLs). No segmento do café, já foram reconhecidas CPLs em Divinolândia, Caconde e Torrinha.
Nova vocação para Franca e região
A criação da Rota Mogiana Paulista marca um novo capítulo para Franca e os municípios da Alta Mogiana. Além de reforçar a identidade cafeeira centenária da região, o projeto abre caminhos para experiências turísticas ligadas à cultura, sustentabilidade e inovação. “Essa conquista não é só minha. É de cada produtor, cada município que acreditou, cada xícara que carrega uma história. A Rota do Café é um convite para o Brasil — e para o mundo — conhecer a alma do nosso café”, concluiu Flávia Lancha.