Thiago Rocioli
Da Redação
Foto:  Ingrid Gabriella Lima Barcelos/Arquivo pessoal

De acordo com o que publicaram os portais Araguaia Notícia e Petrópoles, o Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou à Justiça os proprietários de uma creche particular em Goiânia, fechada no ano passado, por maus-tratos e tortura contra crianças. Segundo as investigações, os pequenos supostamente eram trancados em um quarto escuro quando choravam e ficavam sem comida. Pelo menos 30 crianças de seis meses a 3 anos de idade foram submetidas a sofrimentos físicos e psicológicos entre os anos de 2023 e 2024 no local.

Pais e ex-funcionários confirmaram a informação. Ao todo, 17 pessoas prestaram depoimento e reforçaram as acusações de maus-tratos. De acordo o apurado até o momento, as crianças ficavam confinadas, recebiam sopa diariamente no almoço e, à noite, a refeição era batida no liquidificador e oferecida apenas uma vez. Durante o calor, a água servida era quente, e algumas crianças voltavam para casa com fome e assaduras.

O indiciamento foi concluído no dia 20 de janeiro. A mãe de uma das crianças, Ingrid Gabriella Lima Barcelos, fez a denúncia à polícia em 12 de dezembro de 2024. A creche fica no Setor Faiçalville. Em nota, a defesa dos réus informou que a mãe que denunciou o caso é advogada e atua como patrona de ex-funcionárias do berçário em ações trabalhistas.  “A simultaneidade dos fatos sugere a possível existência de um conluio entre ex-funcionárias e a mãe-advogada, o que pode comprometer a credibilidade das acusações e das investigações em andamento”, declarou o advogado Renan Macedo Vilela Gomes, representante dos réus.

A promotora Camila Fernandes Mendonça, que ofereceu a denúncia, afirmou que o berçário operava sem autorização e que a violência pode ter causado “danos psicológicos irreparáveis às crianças”.

A creche encerrou as atividades em 2024. Os responsáveis pela instituição não se manifestaram sobre o caso até a publicação desta matéria.