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Saiba como proteger o seu pet do barulho dos fogos

No final do ano e em dias de jogos de futebol é aquele sofrimento! Ver o peludo amedrontado e sem saber o que fazer parte nosso coração. Mas por que cachorro tem medo de fogos de artifício? A audição dos peludos é muito mais potente do que a nossa. A amplitude de sua capacidade auditiva é maior: enquanto nós ouvimos entre 20 e 20.000 Hertz, eles captam sons de 15 a 40.000 Hertz, o que explica por que cachorro tem medo de fogos de artifício.

E tem um agravante: seu instinto de sobrevivência também influencia no comportamento do peludo, uma vez que, na natureza, barulhos muito altos significam alguns perigos.

No Estado de São Paulo,  a Lei 17.389/2021 proíbe a utilização, fabricação, comercialização e armazenamento de fogos de artifício com estampido. Essa legislação atende a um clamor social que há anos denuncia os impactos negativos desse tipo de artefato sobre a saúde humana e o bem-estar animal.

Os Impactos no Bem-Estar Animal

Para os animais, os fogos de artifício com estampido são verdadeiros tormentos. Cães e gatos, por exemplo, possuem audição muito mais sensível que a dos humanos, o que faz com que o barulho intenso lhes cause pânico, taquicardia, crises convulsivas, fugas descontroladas e, em casos extremos, até óbito. Os animais silvestres, por sua vez, são igualmente afetados, com consequências que incluem abandono de ninhos, desorientação e alterações nos seus ciclos naturais.

A Perspectiva Humana: Autistas, Idosos e Enfermos

Os fogos com estampido também representam um grande desafio para grupos vulneráveis da sociedade. Para pessoas no espectro autista, o som intenso pode desencadear crises de hipersensibilidade sensorial, gerando angústia e desregulação emocional. Idosos e enfermos também sofrem. Pacientes acamados ou hospitalizados muitas vezes precisam de silêncio e tranquilidade para sua recuperação, algo que o barulho abrupto inviabiliza. Além disso, idosos com condições como Alzheimer, por exemplo, podem experimentar episódios de agitação e confusão ao ouvir estampidos.

Reflexão: Entre a Tradição e o Respeito ao Próximo

A tradição de comemorar eventos festivos com fogos de artifício é antiga e está enraizada na cultura popular. No entanto, a evolução da sociedade exige que ponderemos os impactos que essas práticas têm sobre o bem-estar coletivo. A proibição dos fogos com estampido não impede celebrações, mas convida à adoção de alternativas, como fogos silenciosos e espetáculos de luzes, que são igualmente emocionantes e inclusivos.

Um Exemplo de Legislação Consciente

A Lei Estadual n.º 17.389/2021 é um marco que demonstra a capacidade do legislador de equilibrar tradições culturais com a necessidade de proteger os mais vulneráveis. Sua implementação reforça a importância de repensarmos práticas que, embora aparentemente inofensivas, podem causar sofrimento significativo a outros seres vivos.

Em Franca (SP), a Lei Complementar 331/2020 é um exemplo de como as políticas públicas podem ser adaptadas às realidades locais, alinhando-se a princípios éticos e promovendo um impacto positivo tanto no contexto urbano quanto no rural. A proibição dos fogos de artifício com estampido em São Paulo é mais do que uma vitória para os animais, autistas, idosos e enfermos. Trata-se de um avanço em direção a uma sociedade mais consciente, empática e inclusiva. Que essa lei inspire outras regiões a adotar medidas semelhantes, promovendo um futuro onde a celebração seja sinônimo de respeito a todos os seres que compartilham esse planeta

 

MAYSA KALUF
Advogada especialista em Direito Animal e Ativista. É articulista voluntária para o Portal do Rocioli e Radioweb Pulsar. Pode ser encontrada nas redes sociais pelo @maysakaluf .

 

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