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Em uma de suas discussões filosóficas, professor Clóvis de Barros Filho disse que “felicidade é aquele momento que não queremos que chegue ao fim”. O pior é que nem sempre sabemos aproveitar o que temos: o presente. E ele leva este nome não é à toa.
Hoje é segunda-feira e queremos que chegue logo o fim de semana. Trabalhamos 30 dias pensando no quinto dia útil do mês. E um ano de olho, finalmente, no décimo terceiro. Estudamos não para adquirir conhecimento mas para “passar de ano”. Gente que acaba de se casar e já se cobre por filhos. Ou, sofrem os julgamentos daqueles que acreditam ser um absurdo o casal “ainda” não ter filhos. Como se, de fato, fosse um absurdo. São opiniões, na maioria das vezes, daqueles que não pedimos.
A felicidade, ao longo da história, tem sido um tema central na filosofia, abordado de maneiras distintas por diferentes pensadores. Para Aristóteles, a felicidade era o bem supremo e o objetivo final da vida humana. Ele a entendia como a realização plena das virtudes e o viver de acordo com a razão, alcançando a excelência no que nos torna verdadeiramente humanos. Para o filósofo, a felicidade não era um estado momentâneo, mas um modo de vida que se manifesta em ações virtuosas e equilibradas.
E quanto desequilíbrio hoje testamunhamos em nossa sociedade, não é mesmo?
Nietzsche, por outro lado, desafiou as ideias tradicionais de felicidade como paz ou contentamento. Ele propôs que a verdadeira realização está na superação de desafios e na afirmação da vida em todas as suas dificuldades. Para Nietzsche, a felicidade surge da luta e do crescimento pessoal, não da ausência de sofrimento.
Essas diferentes perspectivas mostram que a felicidade não é um conceito único ou universal, mas algo profundamente ligado à visão de mundo e à essência de cada um. A hora feliz do dia (happy hour) é quando termina o expediente, como se a convivência diária no trabalho não fosse também uma “hora feliz”. Segunda de manhã precisa ter a mesma relevância e alegria como na sexta à tarde.
Amigos, a vida é um instante que, de tanto projetarmos o futuro, vivemos o que não temos (o amanhã) e esquecemos que hoje leva o nome de presente justamente por ser-lo. Cada um tem o seu conceito de felicidade. Saber vive-lo é a própria felicidade.
THIAGO ROCIOLI
É casado, pai e um profissional multifacetado. Possui vasta experiência na área da comunicação, especialmente o rádio, onde atua há quase 15 anos. Atualmente é consultor de vendas da Musixe – uma espécide de Netflix, só que da música – e responsável pela Radioweb Pulsar.