Queimadas são registradas no interior do Estado de São Paulo, causando graves impactos para a saúde da população. Na tarde deste sábado (24), em Ribeirão Preto (SP) e Bonfim Paulista (SP), a fumaça tomou conta das ruas, transformando o dia em noite.

“Nunca vi uma situação como essa em toda a minha vida. Começou com mais um dos picos de incêndio e, em questão de minutos, tomou conta das ruas da cidade,” comenta Andreia Taveira, 45, advogada de Franca que estava em Ribeirão no momento.

Motoristas que saíram de Ribeirão tiveram de retornar devido ao perigo nas vias. “Eu saí de Ribeirão por volta das 14h30, com destino a Jaboticabal (SP), e tive de retornar pela quantidade de fumaça. Estou há sete anos em Ribeirão e nunca vi uma situação dessa. A qualidade do ar está péssima e a visibilidade nas ruas está comprometida,” relata Rogério Augusto Pereira de Santana, 47, ministro de difusão da Igreja Messiânica de Ribeirão Preto.

Além do medo e da apreensão, os efeitos das queimadas sobre a saúde são devastadores. A inalação da fumaça pode causar problemas respiratórios graves, como asma, bronquite e até complicações mais sérias que podem levar à morte. Segundo os últimos dados disponíveis, queimadas e a exposição prolongada à fumaça já resultaram na morte de dezenas de pessoas no Brasil, com mais de 100 óbitos relacionados em áreas diretamente afetadas pelas queimadas, só neste ano.

Muitos moradores de Ribeirão Preto e região buscaram apoio entre amigos pelas redes sociais ou WhatsApp, expressando o temor diante da situação. “Estou morrendo de medo. Tivemos oscilação de energia e está ficando tudo muito escuro. Parece o fim do mundo,” relatou a psicóloga Gabriela Michelin.

Por volta das 19h30, a fumaça nas ruas começou a diminuir, proporcionando uma visibilidade um pouco melhor. No entanto, o calor intenso e o forte odor de queimado continuaram a assombrar as ruas de Ribeirão Preto, deixando a população em estado de alerta.